Patins no gelo!

Hoje fui com a minha família patinar.
Bom, vou deixar os comentários pro vídeo que eu fiz...

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Sonho Boreal

A Aurora Boreal é um display natural de luzes no céu, particularmente nas regiões polares, causado pela colisão de partículas carregadas direcionadas pelo campo magnético da Terra, seja lá o que isso significa ou como acontece, é um sonho!!
Estas são imagens da Lapônia finlandesa em 2011.

Timidez no ar

Hoje à noite fui num concerto de natal de um cantor que minha mãe finlandesa ama, Petri Laaksonen. Foi numa igreja evangélica da cidade e eu não pude entender a letra das músicas, mas algumas eram bem tristes (as que eu gostei). Ando experimentando o meu ouvido ultimamente e descobri que sou capaz de gostar de qualquer coisa que seja música. No início eu pensei que seria chato, já que eu não saberia cantar em finlandês, mas depois pensei que seria chato de qualquer jeito, porque cantar gospel não é muito a minha praia...
Pelo contrário, o concerto passou rápido e foi legal! A voz do cantor era incrível, muito talentoso e eu descobri minha admiração por um instrumento cujo som é espetacular... o saxofone!
Mas para a minha surpresa... os finlandeses não cantam junto. Tudo era bem formal, inclusive os cumprimentos à banda. As palmas ao final de cada música duraram uma média de 5 segundos cada, uma plateia bem contida na minha opinião de brasileira... e não porque a banda não merecesse mais palmas!! Estas simplesmente paravam de súbito.
Sem falar que enquanto as pessoas chegavam e se acomodavam nos seus lugares, os bancos da primeira fileira foram os últimos a serem ocupados. Eija estava toda empolgada porque onde íamos sentar a visão do piano era ótima e então perguntei se ela não queria ir lá na frente pra ver melhor, sem cabeças... mas ela ficou toda fofa e sem graça dizendo que não queria...
O público era majoritariamente de adultos e senhoras de idade. Havia músicas mais alegres com nomes empolgantes e eu fiquei olhando discretamente pros lados pra ver se alguém em volta balbuciava a letra... e nada.
Minha mãe Eija me deu de presente um CD do artista, quem ela ama e tem uma coleção de cd dele. Ganhei até autógrafo e tirei foto, mas ela não quis sair na foto conosco porque estava com vergonha! E eu tentei dar um jeito, mas não consegui pedir pra tirar uma foto deles!! AAi como é que pode!! haha

Bom, ando disposta a abrir minha mente inclusive pela audição. Como diz meu amigo P.K., "toda e qualquer música tem sua graça e sua maneira de causar prazer". Você é realmente um amante da música!


Varpunen é o passarinho da foto.

Modéstia parte, foi uma delícia dizer que sou brasileira!!!
Hoje faz 8 anos que me mudei de Porto Algere pra Vitória... dia especial.

Última parada foi... LAPPIMAA!

A Lapônia, ou Lappimaa em finlandês, é a região no extremo norte da Finlândia, tendo como "capital" (cidade de maior importância) Rovaniemi.
A viagem foi longa e... bom, não foi tão longa, durou 5 dias, mas fizemos tanta coisa lá que o sentimento é que foi longa demais e fica difícil animar pra contar o que fizemos tim tim por tim tim. Na verdade contar anima, o que não anima é escrever kkk Sem contar que voltei ontem e tô exausta. Então... Vou postar umas fotos que escolhi em ordem cronológica de acordo com a viagem e escrever algumas coisas que vou lembrando.
A viagem foi de ônibus e durou um bucado de horas. Partimos de Lappeenranta às 19:10h e chegamos em Muonio, o destino final, já eram 11 da manhã.

Bagunça no ônibus, claaaaro.

Minha amiga Julia sergipana e sua quote "Luva é pros fracos" kkkk

Sol! Minha amiga Argentina que mora em Imatra, cidade bem pertinho da minha.

Roberto, meu amigo mexicano :)

  Na Lapônia o sol aparece por menos tempo durante o inverno. No extremo norte o sol fica até dias sem nascer... Onde estive, Muonio, o sol nasceu às 11:16h e se pôs às 13:14h. por volta de 2 horas de dia! O que explica a escuridão da foto acima...

Auringon nousu- ja laskuajat Suomessa Leia se for capaz!


Localização de Muonio.



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Vista da "pista" de skii. O bagulho era alto...

Parando pra pensar...

Ontem tive uma conversa longa, honesta e muito interessante com Jukka, o meu isä (pai finlandês). Eu andava um pouco triste esses dias por algumas coisas que estavam se acumulando. Saudade da minha família, muito tempo em casa (lê-se 'aguaceiro caindo do céu' para brasileiros, 'dias comuns como quaisquer outros que não impedem a vida' para finlandeses), aflição sobre temas pessoais, (lê-se TPM)... normal.

Estávamos conversando sobre um mapa da Finlândia que eu comprei e então natural e repentinamente ele me perguntou se eu gostava de estar na família dele e também se estava tudo bem comigo. Disse-me que posso conversar com ele quando me sentir mal,"koska se on hyvä puhua kun olet surullinen" porque é bom falar quando nos sentimos pra baixo. Gosto muito de estar aqui com os Kontio, eles me fazem me sentir realmente em casa. Embora meu irmão não fale muito comigo, o que foi meio frustrante no começo, me sinto à vontade com eles e eles se importam comigo, o que é muito bom, tenho sorte. Gosto muito do meu pai, que tem me ajudado muito não só falando comigo só em finlandês claro e simples(nossa conversa longa, honesta e muito interessante foi toda em finlandês e fico muito feliz que fui capaz de travá-la!). Uma coisa nele é diferente de muita gente por aqui: ele tem interesse pela minha língua, pelos meus costumes, pelo que existe no Brasil ou não. Ele gosta muito de história, então acho que ele por mais que não fale inglês realiza comigo um belo intercâmbio cultural. Com olhos críticos, diria que os finlandeses em geral não são o povo mais aberto por aí. Foi difícil me acostumar com a falta de reciprocidade de interesse de conhecimento. Algumas pessoas não se interessam pelos meus costumes assim como eu me interesso pela Finlândia, nem mesmo se eu tiver a atitude de mostrá-los algo primeiro. Quando encontro alguém interessado é realmente o máximo poder apresentar algo (qualquer coisa) sobre o meu país. É algo de valor! É uma oportunidade e tenho que aproveitá-la.

Intercâmbio não são só flores, é muito mais confortável passarmos pela solidão estando na nossa terra natal, falando nossa própria língua, lidando com os nossos próprios hábitos e pessoas que entendem nossa cultura sem precisar explicar nada. Estas experiências durante o tempo que estou aqui no meu intercâmbio estão caminhando para se juntar às melhores e às piores coisas que já vivi. Sem querer ser clichê, mas já sendo, esta oportunidade única está sendo um aprendizado e tanto, além do intelecto, além do campo pessoal, afeta as minhas emoções e testa os meus limites de flexibilidade.

Adaptação a um lugar é uma coisa... é fácil: ao clima, à comida, aos horários, à posição do sol etc. A adaptação mais complicada e, ironicamente, a mais importante é aquela às pessoas que estão neste lugar. Agregar-se às pessoas deste lugar é poder fazer parte da comunidade sem a qual o lugar não seria nada. E aí acontece o compartilhamento da coisa.

Amanhã parto para a Lapônia, a mala está vazia na minha frente e estou com uma preguiça sem dimensões de arrumá-la, embora bastante empolgada para partir e rever os demais intercambistas por aqui. Bom, vou lá fazer minha seleção de peças de roupa (meia, meia de lã, segunda, terceira, quarta... peles, casaco, casaquinho, casacão e tudo mais), o que será meio árduo, sem contar que devo estar devidamente descansada já que a viagem é de ônibus e vai levar aproximadamente 10 horas daonde estou até Rovaniemi (cidade considerada Portal para a Lapônia). Vai valer muito a pena e vou ver 22cm de neve que estão por lá.... :D
Por hoje é isso.