sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

2 DE JANEIRO: A troca de família

Já faz mais de um mês que troquei de família e o post que eu havia escrito sobre isso não foi salvo porque tive problemas com a internet... mas enfim, antes tarde do que nunca.

Depois do ano novo, arrumei minhas malas (UM MONTE)e me mudei.
Será difícil fazer malas para voltar pro Brasil...

Minha segunda e nova família são os Japola, sobrenome pouco comum na Finlândia. Tem gente que acha que eu não tô falando sério quando eu o digo... Os seus antecedentes vieram da Karelia que antes pertencia à Finlândia, mas hoje é da Rússia. Eu não sabia, mas o nome original era em russo, Klimoff. Mas só o nome, porque né... hahah são beeem finlandeses.
Meu pai é o Ilkka, ele é engenheiro. A namorada dele é Ritva, que passa só os fins de semana conosco, e eu tenho dois irmãos: Veeti, de 15 anos e Nikki, exatamente dois dias mais velho que eu!

Aliás hoje comi uma sopa de tomate que a Ritva fez. Estava boa! SÉRIO, não estou sendo boazinha e educada ao dizer isso. Mas foi engraçado quando Nikki abriu a panela, deu aquela olhada de cenho franzido e disse:
- Isso parece um C'mon Evribódi.
Hahah, o C'mon Evribódi é como os Japola chamam o que nós chamamos de mexidão, restodontê etc no Brasil. Basicamente é a comida de ontem que não se deve ser botada fora! E aqui nesta casa eles saaabem ser criativos com ela...

Ilkka é viúvo e por essa razão o Rotary perguntou se estaria tudo bem esta questão antes de oficializarem os Japola como minha segunda família. Eu não podia ter feito melhor em dizer que sem dúvida não haveria problema algum! Eu estou amando morar aqui. De verdade! Eles são muito animados, bem humorados, saudáveis, a convivência com eles é leve, embora a vida tenha os feito passar pela perda da mãe. Isto é admirável.

Às vezes achamos que as pessoas que passam por sofrimentos desta dimensão são sombrias, principalmente pessoas que como eu, que nunca perderam alguém tão importante (no que se trata da morte). Passei um tempo pensando que isso não quer dizer muita coisa. Conheci pessoas e famílias que são extremamente fechadas, obscuras, e ao mesmo tempo aparentemente perfeitas, tudo no lugar, em todos os aspectos.

Ando aprendendo coisas que eu já imaginava na teoria, mas nunca havia visto na prática. Por exemplo, a personalidade está até na comida que se come... principalmente na que se prepara. Claro que se trata de uma questão cultural, mas não é uma questão cultural. Temperos dizem muito. Seja no Brasil, na Finlândia, em Nárnia, a diversidade está até nos olhos puxados dos asiáticos que de primeira parecem todos iguais. Todos somos diferentes e nossa colaboração para a formação do povo ao qual pertencemos vem da nossa essência pessoal.

Com a convivência acredito que nos tornemos semelhantes uns aos outros e assim desenvolvemos características comuns, mas a nossa unidade não deixa de ser diferente da massa. Um povo é um mix "c'mon everibódi" e nós somos os ingredientes.

Este post não é sobre a Finlândia ou os finlandeses. É sobre os humanos que encontramos em qualquer nação deste nosso mundo.

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